O governante destacou que o encontro constitui um espaço estratégico para avaliar o desenvolvimento do mercado de conteúdos em Angola, identificar desafios e promover a articulação entre os diferentes operadores do sector, desde órgãos públicos e privados de comunicação social até produtoras e plataformas digitais.
Recordando a primeira edição do seminário, realizada em 2022 — ano das quintas eleições gerais — o Ministro sublinhou que a iniciativa nasceu do compromisso do Executivo com os parceiros do sector, tendo como objectivo central "identificar potencialidades, lacunas, oportunidades e constrangimentos capazes de construir um cenário óptimo de mercado”.
Segundo o titular da pasta, os resultados da edição anterior apontaram a necessidade de reforçar a articulação entre os intervenientes, melhorar o quadro ético e normativo, elevar a qualidade e consistência na produção de conteúdos, e criar políticas regulares de estímulo ao sector.
"Apesar das limitações, é visível o trabalho que tem sido feito em diversas direcções e níveis para potenciar o mercado de produção e veiculação de conteúdos locais”, afirmou o Ministro, destacando o aumento e modernização das infra-estruturas tecnológicas, o reforço do quadro jurídico-legal, o crescimento do número e diversidade de órgãos de comunicação social, bem como as acções de capacitação e literacia digital promovidas pelo Ministério e seus parceiros.
Durante a sua intervenção, o Ministro defendeu uma abordagem abrangente do conceito de "conteúdo”, explicando que este não se restringe aos produtos tradicionais dos órgãos de comunicação social — como notícias, filmes ou reportagens — mas inclui toda a produção em texto, vídeo ou imagem, capaz de informar, entreter ou educar o público.
"A internet tornou-se um espaço privilegiado de produção e difusão de conteúdos, com impactos significativos no comportamento social. Precisamos inverter o quadro actual, em que consumimos mais conteúdos estrangeiros, e apostar na criação e valorização de conteúdos feitos em Angola”, reforçou.
O governante apelou aos órgãos públicos de comunicação social, especialmente às televisões, para que façam mais:
"Solicitem mais serviços a produtoras locais, ofereçam mais espaços para divulgação de conteúdos nacionais e apoiem a promoção dos criadores angolanos”, exortou.
O apelo foi igualmente dirigido às plataformas agregadoras e distribuidoras de conteúdos, que, pela sua capacidade técnica e alcance, podem contribuir para o crescimento sustentável da indústria criativa nacional.
O Ministro enfatizou ainda a necessidade de uma acção colectiva e responsável, sustentada em princípios éticos, deontológicos e legais, para garantir a profissionalização e harmonização do sector.
"Mais do que palavras, precisamos de acção. Só assim construiremos um ecossistema de comunicação sólido, respeitador e inovador”, afirmou.
No contexto das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, o governante felicitou todos os que, individual ou colectivamente, mantêm viva a chama da cultura, dos hábitos e dos costumes angolanos através da produção de conteúdos.
Encerrando a sua intervenção, o Ministro agradeceu aos prelectores e moderadores convidados e declarou oficialmente aberta a II Edição do Seminário sobre Produção e Distribuição de Conteúdos, desejando que as discussões e reflexões "contribuam para acelerar o crescimento deste importante sector, com potencial para gerar emprego e dinamizar a economia nacional”.