Para o orador do painel sobre "Papel dos meios de comunicação e das Fake News no contexto actual” e moderador noutro à volta de "Conteúdos e Media Digital”, inseridos no ANGOTIC 2023, que decorre até quarta-feira, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, não basta só regular o uso da Internet no país.
"A solução está na mão de todos. Antes, é preciso instruir, com campanhas de sensibilização, de modo que cada pessoa saiba que nem tudo que recebe na Internet ou no telemóvel é verdadeiro. É essencial proteger as pessoas mais vulneráveis, atacadas pelo que são, e aquelas expostas à situação da desinformação e ataques à reputação”, defendeu Geraldo Quiala.
Na opinião do prelector do Angola ICT Fórum 2023, o jornalismo é desafiado todos os dias, mais do que nunca, a posicionar-se, assumindo o verdadeiro papel de agente veiculador de factos, apurados através do cruzamento de fontes credíveis, realidade inexistente aos disseminadores de fake news, que perseguem outras agendas para atingir fins inconfessos.
Segundo o jornalista multimédia e formador, os meios de comunicação social e a sociedade precisam preocupar-se em evitar pânico desnecessário, mas para isso todos devem abraçar a promoção da cultura de apurar o conteúdo divulgado ou que circula nos telefones, antes de repassar aos mais próximos.
Durante a dissertação no fórum de promoção da partilha de conhecimento e hub para entidades governamentais, Geraldo Quiala reconheceu que as reacções diante de uma situação de ameaça podem ser complexas, por impactarem as emoções e influenciarem comportamentos, pois cada um recebe e processa as informações de maneira diferenciada.
"As notícias falsas viralizam facilmente. Espalham-se rapidamente, sobretudo, nas redes sociais, onde a disseminação de textos, imagens e vídeos beliscam a credibilidade das informações de interesse público ou verdadeiras. A sobrevivência das fake news depende de nós. Basta não partilharmos, antes de confirmarmos a veracidade”, recomendou.
O Governo de Angola, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, realiza o ANGOTIC 2023, também, para promover players da indústria e prestadores de serviços ligados às TIC e à Media. Este evento congrega individualidades de vários extratos.
Angola possui uma taxa de penetração, via rede telefónica móvel, de 72,47%, correspondendo a 23.977.537 subscritores e o acesso digital representa 30,46% (10.078.974 utilizadores de Internet. Dados do 2º trimestre de 2022 da Direcção Nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação indicam que o país tinha 19,4 milhões de utilizadores de telemóvel e destes 78% pertencem à UNITEL, 15% à AFRICELL e 7% à MOVICEL.
Fonte: MINTTICS