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20 Agosto de 2023 | 15h08 - Actualizado em 20 Agosto de 2023

INAMET: TEMPERATURAS ALTAS VÃO MARCAR OS MESES DE SETEMBRO A NOVEMBRO

Angola poderá registar, entre os meses de Setembro e Novembro deste ano, ocorrências de oscilações atmosféricas, devido a altas temperaturas e humidade relativa do ar, característicos da época, revelou o director do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET), João Afonso.

Em entrevista ao Jornal de Angola, o director do INAMET explicou que a maioria do território do país irá observar temperaturas e humidade relativas do ar ligeiramente altas e, consequentemente, chuvas próximas à média climatológica, devido ao aquecimento das águas superficiais de grandes áreas do Oceano Índico.

João Afonso explicou que, com o ligeiro aquecimento do Oceano Atlântico, ocorrerá evaporação e, consequentemente, alta disponibilidade de humidade, que vai proporcionar a ocorrência de chuvas na região litoral do país durante o trimestre de Setembro a Novembro.

Segundo o responsável, a época chuvosa 2023/2024 decorrerá sob condições de El Niño, com intensidade fraca a moderada, fenómeno este que ocorre devido ao aquecimento anómalo das águas do Oceano Pacífico Central. "Como factor climático de impacto global, o El Niño está relacionado com a ocorrência de chuvas irregulares na região Sul do país, principalmente, entre os meses de Dezembro e Fevereiro”, disse.

João Afonso explicou que, ainda, não se tem ideia se as chuvas previstas para o próximo semestre serão extremas, ou seja, chuvas capazes de causar danos diversos, pois a previsão em questão é climatológica e não de Tempo. "Podemos ter uma ideia de quanto vai chover durante os próximos três meses, mas, como essa será distribuída (por exemplo, se ocorrerá em uma semana ou durante os três meses), essa previsão é sazonal (escala climática), para já é impossível se ter estes detalhes”.

De acordo com o director do INAMET, existem dois tipos de previsão meteorológica, uma, a. Climatológica que dá a ideia média do período extenso (mínimo de 30 anos de dados) e outra a previsão do tempo, a cada 24 horas. "O INAMET disponibiliza diariamente a previsão de tempo onde se pode ter informações detalhadas sobre a ocorrência de chuvas que podem causar danos para a sociedade".

Sobre a ocorrência do fenómeno El Niño, João Afonso explicou que, quando esse fenómeno global está activo no Sul de Angola, sente-se a resposta com o registo de chuvas anómalas. "O fenómeno no Oceano Pacífico Central tem uma variabilidade inter-anual, ou seja, ocorre dentro de um ano (a cada seis meses em média). Quando as anomalias de temperatura da superfície do mar, na região em questão, são positivas denomina-se de El Niño, e quando negativas denomina-se de La Niña, na ausência de ambos refere-se como período neutro", disse.

O especialista considera que se está perante uma carga de chuva forte, em termos de previsão de tempo, quando o valor da chuva é acima de 40 milímetros por dia, sendo que um milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado. "Mas, ainda, é necessário fazer um estudo de pesquisa, que estamos a desenvolver na região, só depois poderemos falar com maior propriedade, uma vez essa medição não ser feita no solo, mas através do instrumento meteorológico, o pluviómetro”, explicou.

Importa referir que a actualização da previsão sazonal para o último trimestre (Outubro, Novembro e Dezembro) deste ano e entre os meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2024 estará disponível no dia 30 de Setembro do ano em curso.

Alterações climáticas

Angola já vive um pouco as consequências das alterações climáticas. Em Janeiro último, várias regiões da zona Sul atingidas pela seca, nomeadamente Cunene, Cuando Cubango, Huíla e Namibe, foram fortemente afectadas pelas inundações, causando a destruição da agricultura.

Segundo especialistas, os efeitos das alterações climáticas sentem-se através do fenómeno registado no Sul do país, como o encurtar dos ciclos de seca e as fortes inundações que têm influenciado negativamente o modo de vida das populações daquela zona, nos últimos anos.

O impacto dessas manifestações e seus efeitos nefastos fazem-se sentir, também, noutros sectores que necessitam de investigação, para que, no âmbito da planificação do desenvolvimento e das estruturas, tenham em conta o factor clima.

Angola é um país intertropical com um clima marcado pela alternância das estações, sendo uma seca, que ocorre de Maio a Setembro, e outra chuvosa, de Outubro a Abril.

Esta situação geográfica, peculiar, acontece por Angola estar localizada na zona intertropical e subtropical do hemisfério Sul e próximo ao mar. A corrente fria e seca de Benguela gera uma raridade de chuva, indo do litoral para o Planalto Central.

Em Angola, a temperatura é mais elevada na estação chuvosa, atingindo o máximo no mês de Março.

A estação seca representa a época de frio, conhecida por Cacimbo, e atinge o seu pico nos meses de Junho e Julho.

O tempo de frio é menos intenso no litoral e aumenta a sua intensidade à medida que se dirige para as altas altitudes. No Planalto Central, a temperatura desce abaixo dos 10 graus Celsius, podendo atingir os 5 graus. A temperatura média anual é de 27 e a mínima de 17 graus.

Esta diversidade climática corresponde a um potencial turístico representado por um património natural rico em flora e fauna diversificada, possibilitando a prática de todo o tipo de actividades, como lazer e aventuras.

 Sismo de magnitude 2.6 é registado no Lubango 

O município do Lubango, capital da província da Huíla, registou, sexta-feira, um sismo de magnitude 2.6 na escala de Richter, cujo epicentro foi detectado a Sudeste da cidade, a 88 quilómetros a Norte do Cuvelai, província do Cunene.

De acordo com um comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, divulgado, ontem, pela Angop, a ocorrência foi registada por volta das 08:03, pelas estações do Lubango e da Gabela (Cuanza-Sul).

Os dados disponíveis, lê-se no comunicado, indicam que o abalo sísmico não causou danos humanos e materiais, mas foi sentido com intensidade máxima III (escala Mercalli modificada) na cidade do Lubango.

A última vez que a Huíla registou um sismo foi em Outubro de 2017, na comuna da Negola, município de Caluquembe, a 193 quilómetros a Norte do Lubango. Na altura a província não dispunha de instrumentos capazes de medir a intensidade desse fenómeno.

A 17 de Janeiro daquele ano, um sismo de magnitude 4.7 graus, na escala de Richter, sacudiu os municípios do Lubango, Chicomba e Caluquembe, com epicentro nesse último.

Estarão na base desses eventos sísmicos alguns modelos teóricos que são definidos a nível mundial, como o caso de zonas de fraquezas pré-existentes, que foram provocadas há milhões de anos, segundo o INAMET.  


Fonte: Jornal de Angola




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