O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) desafiou esta segunda-feira às Pequenas e Médias Empresas (PME) e demais empreendedores nacionais a criarem soluções de negócio no mercado espacial, a partir da exploração do Angosat-2.
De acordo com o chefe do Departamento de Educação Espacial do GGPEN, Gilberto Gomes, que falava numa palestra realizada em Luanda no quadro da Semana Mundial do Espaço, o mercado mundial espacial oferece inúmeras oportunidades de negócio, com retorno seguro, desde que se desenvolvam soluções a partir de imagens de satélites e dos algoritmos de inteligência artificial.
Segundo o responsável, esse mercado é emergente e acessível a todos empreendedores que tenham a oportunidade de investir em aplicações tecnológicas de gestão, minas, ecologia, exploração de terras, vigilância marítima e fluvial, tirando assim amplos benefícios do Angosat-2.
Para ajudar na concretização de negócios na área espacial, avança a fonte, o GGPEN dispõe de imagens de satélites e conta com o mecanismo do satélite de telecomunicações, denominado "Kit Conecta Angola”, onde os empreendedores nacionais poderão conhecer e desenvolver negócios, a partir do Angosat-2.
Para o efeito, esclarece o especialista espacial, os interessados precisam dominar as tecnologias de informação e comunicação - por exemplo um estudante, apenas com um computador e Internet, num período de dois anos, pode desenvolver a sua primeira aplicação espacial e comercializá-la.
Neste particular, o responsável reiterou que algumas instituições e projectos já exploram o Angosat-2, como são os casos da Endiama, no domínio da mineração, aplicativos de gestão do Corredor do Lobito, Gestão de Activos do Estado, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), e o no monitoramento da costa angolana.
Como se sabe, para maior divulgação e alcance do mercado espacial, em saudação a Semana Mundial do Espaço, que decorre de 4 a 10 de Outubro, sob o lema "Espaço e o Empreendedorismo”, o GGPEN traçou um programa nacional para dar a conhecer e clarificar sobre os negócios de satélites de observação da terra.
Dentre os objectivos da efeméride, consta a massificação no uso de Internet a nível do país, para além da criação de oportunidades e negócios no sector espacial, com destaque para projectos ligados à observação da terra. Nesta senda, o empreendedor de "startups”, Guilherme Massala, considerou de extrema importância a iniciativa do GGPEN em divulgar as oportunidades do mercado espacial angolano, pois abre novos caminhos aos empreendedores e não só.
Já Sara Queirós, licenciada em engenharia Electrónica e Telecomunicações, disse que o evento representa um grande aprendizado para os jovens do país e uma inspiração que poderá ajudar as startups a se desenvolverem.
Em sete dias da Semana Mundial do Espaço, em Angola, promoveu-se palestras e seminários com especialistas das startups, nacionais e internacionais (França e Portugal, Japão, Estados Unidos da América), bem como das agências espaciais norte americana, NASA e da espanhola, ESA.
A Semana Mundial do Espaço, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), visa celebrar o contributo da ciência e da tecnologia espacial para o melhoramento da condição humana.
Fonte: MINTTICS