A vontade foi manifestada, aqui em Gaberone, no quadro da visita do Presidente João Lourenço, pelo ministro dos Transportes e Telecomunicações daquele país, Thulagano Segokgo, durante um encontro com o homólogo angolano, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.

Thulagano Segokgo disse que o Botswana está, igualmente, interessado na conexão com Angola por fibra óptica, à semelhança do que fez com a República Democrática do Congo e a Zâmbia.

Por sua vez, Mário Oliveira fez saber que Angola está disponível para estabelecer esta parceria com o Botswana e, para o efeito, revelou que uma delegação de técnicos angolanos vai deslocar-se àquele país para este fim. O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social manteve, também, um encontro de trabalho com o reitor da Universidade do Botswana.

A primeira intenção do Botswana nos serviços do Angosat-2 foi manifestada, em Fevereiro, pelo vice-reitor da Universidade do Botswana, David Norris, durante um encontro mantido com a embaixadora de Angola no Botswana, Beatriz de Morais.

David Norris mostrou, igualmente, nesta ocasião, interesse em estabelecer uma parceria com a Universidade Agostinho Neto, em que o alvo seria a criação de um projecto que visasse treinar estudantes angolanos no Botswana. O Angosat-2 é um satélite de comunicações lançado a 12 de Outubro de 2022, encontrando-se na posição orbital 23E, para disponibilizar capacidade espacial disponível nos transponders na Banda C em megahertzs (MHz) e Ku em megabits por segundo (Mbps).

Os testes em órbita foram finalizados com sucesso em Novembro de 2022 e, em Janeiro deste ano, concluído com sucesso o teste dos serviços de telecomunicações, com destaque para as províncias de Cabinda, Uíge, Luanda, Cuando Cubango, Moxico, Huíla e Lunda-Sul.

O aparelho dispõe de uma capacidade comercial que se resume em 6 transponderes na Banda C, que cobrem toda a África, com realce para a região da SADC (da qual faz parte o Botswana), onde possui 24 faixas da Banda Ku e cinco transponders da Banda C.

O satélite cobre, também, parte do Sul da Europa. Devido a estas características, o Angosat-2 é considerado um satélite de altas taxas de transmissão, isto é, garante maior largura de banda para o serviço de dados com destaque à Internet.

Com vida útil prevista para até 15 anos, o Angosat-2 é um dos projectos do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), órgão afecto ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, construído na sequência de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009. O GGPEN é a instituição nacional responsável pela operação do satélite e da comercialização, a grosso, das suas capacidades no mercado nacional e internacional.

Fonte: Jornal de Angola