O diplomata, que falava ao Jornal de Angola por ocasião do 77º aniversário da República Italiana, celebrado a 2 de Junho, sublinhou que o saldo das trocas comerciais é favorável a Angola, cujas exportações italianas ascenderam para cerca de  297 milhões de euros (6,9 por cento mais que em 2021), e as angolanas para o país europeu a aumentarem para 1,5 mil milhões de euros (um crescimento de 1.180 por cento).

Na quinta-feira, à noite, várias entidades ligadas aos governos italiano e angolano estiveram na residência do embaixador da Itália, para comemorar o 5º aniversário da Câmara de Comércio e Indústria Angola - Itália.

O embaixador Cristiano Gallo disse, na ocasião, que a comemoração é importante pelo facto de servir de testemunho dos progressos feitos no país, e em como as relações bilaterais no sector comercial estão, cada vez mais, a melhorar. Na visão do diplomata italiano, a câmara de comércio é uma ferramenta importante para a parceria com Angola. O saldo da balança comercial de 2022 foi favorável a Angola em 1,2 mil milhões de euros, afirmou Cristinano Gallo, apontando que, nas trocas bitalerais, a Itália fornece a Angola máquinas e maquinaria industrial, aeronaves e produtos siderúrgicos, importando petróleo, que constitui 93,2 por cento das remessas angolanas, e gás natural, que representa 6,3 por cento. A intenção da Itália, sublinhou, é tentar reequilibrar a balança comercial, favorecendo o incremento das exportações de maquinaria e tecnologia italiana, sobretudo, para a indústria agro-alimentar e de rochas ornamentais, contribuindo para o processo de diversificação da produção nacional em Angola.

Interesses económicos mais diversificados

Actualmente, estão implantadas no mercado angolano mais de 30 empresas ligadas, principalmente, ao petróleo, maquinaria, agricultura, agronegócio, energias renováveis, defesa e construção de infra-estruturas. Os principais interesses económicos da Itália em Angola, segundo Cristiano Gallo, estão representados na prospecção e exploração de petróleo e gás e desenvolvimento de energias renováveis.

Presente entre os convidados do embaixador Cristiano Gallo, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, disse que o principal objectivo é criar-se uma ponte estratégica com a Itália. Por essa razão, incentivou os empresários a apostarem na troca comercial de forma a impulsionar o mercado com a diversificação.

Já, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola - Itália, Mário Cabrine, fez saber que a mesma conta com 150 associados de vários sectores de actividade económica, como a banca, indústria, agricultura e outros serviços. Segundo o presidente da CCIAI, o principal objectivo é criar um forte laço estratégico, pelo facto dos empresários angolanos comprarem ainda muitas das mercadorias e produtos italianos ainda pela via de Portugal e outros países.

Mário Cabrine citou que o principal objectivo é de aumentar e diversificar essa parceria entre Angola e a Itália, visto que existe uma relação tímida, mais concentrada na economia, fundamentalmente na agricultura, indústria, comércio, infra-estrutura e no sector "oil and gás” e prestação de serviços, entre outros, com a intenção de apostar na diversificação da economia.

Um dos pilares actuais do investimento italiano em Angola está no financiamento de infra-estruturas na Barra do Dande, onde nasce uma Zona Franca com perspectivas futuras muito animadoras. Os projectos ali apoiados devem servir, na visão do líder associativo, de trampolim para outras indústrias italianas poderem vir instalar-se em Angola.