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04 Fevereiro de 2023 | 00h02

SATÉLITE VAI IMPULSIONAR OS SERVIÇOS COM OFERTA DE INTERNET MELHORADA

A realidade tecnológica no país registou novo impulso com o lançamento do Angosat-2, primeiro, e com a entrada em funcionamento do Centro de Controlo e Missão de Satélites (CCM), em segundo lugar, infra-estrutura que vai monitorar os serviços do satélite. Em perspectiva, várias entidades afirmaram que ficam melhoradas as condições de prestação de serviços ao cidadão.

Para a ministra da Educação, Luísa Grilo, o Centro vai revolucionar a oferta de serviços de Internet às escolas, sobretudo as do ensino secundário, por permitir ao Programa de Digitalização do Sistema de Educação fazer chegar o sinal mais longe possível dos centros de decisão.

Luísa Grilo mencionava, desta forma, os municípios e comunas em que o sinal não existe ou é muito fraco, devido a insuficiências do sistema.  

"Temos aqui a oportunidade de juntos, com o Ministério das Telecomunicações, realizarmos essa necessidade imperiosa para que as escolas disponham de meios tecnológicos e possam tirar melhor proveito”.

Com o funcionamento dos serviços, salientou, estaremos em condições de informatizar os nossos sistemas, condição que vai facilitar sobremaneira a ligação entre as demais províncias e o Ministério da Educação.

Acrescentou que a emissão de documentos será igualmente facilitada. Com isto, continuou, podemos também usar as plataformas online para comunicar com as diferentes escolas, e assim termos a estatística real dos alunos dentro do sistema. "Quem sabe, a partir daqui saber o número real de crianças fora do sistema de Ensino e Educação”.

O acesso à tecnologia, realçou Luísa Grilo, vai permitir ao Ministério da Educação fazer o controlo com mais facilidade e monitorização dos processos implementados no âmbito do Sistema da Educação. Abre-se, também, segundo a ministra, a possibilidade de "sabermos onde temos os professores, porque vamos informatizar os procedimentos”.

Por sua vez, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reconheceu que o sector que dirige vai registar uma grande evolução com o funcionamento e disponibilização dos serviços do satélite.

"Vamos ter uma grande evolução nas tecnologias de informação, permitindo ao sector da Saúde, em particular, desenvolver a telemedicina, que nos vai prestar um serviço de qualidade nas áreas remotas, com a realização de consultas, em tempo real, aos nossos doentes”.

Sílvia Lutucuta, que considerou a entrada em funcionamento do Centro e a operacionalização do Angosat-2 um marco para a história do país, disse que o sector da Saúde já está a trabalhar com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social para a ampliação dos serviços.

Por outro lado, disse, "estamos aqui com um programa de formação muito importante, em que as tele-aulas vão ser frequentes”. Referiu, ainda, que as unidades hospitalares vão ter o sinal disponível e integrados em várias redes da Saúde, por forma a melhorar a eficiência dos sistemas de informação de dados.

 

Atracção de investimentos

Sobre o Centro de  Controlo e Missão de Satélites, que tem capacidade para operar três satélites em simultâneo, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano, disse que a estrutura vai atrair investimentos em vários domínios.

"Estamos na quarta revolução industrial das tecnologias. Com essas infra-estruturas e plataformas, que fomentam e aceleram toda esta revolução, atrai-se investidores estrangeiros directos, interessados em tirar proveito da plataforma para penetrarem em outros mercados”, pontualizou.

O ministro Mário Caetano referiu que "esperamos que isso se reflicta, no médio e longo prazos, em preços mais competitivos no nosso mercado”. Questionado pela nossa equipa de reportagem sobre o impacto das infra-estruturas na economia nacional, o ministro disse que vão fomentar o empreendedorismo, proporcionando mais emprego.

"Se conseguirmos internacionalizar a curto, médio e longo prazos os serviços do Angosat-2, e se tivermos operadores económicos interessados em usar esta plataforma para transmitir os seus dados de forma competitiva, é claro que isso se vai reflectir na nossa economia”, disse.

O ministro da Economia e Planeamento referiu, igualmente, que o país tem uma plataforma tecnológica que poderá fazer com que se tenha melhor qualidade e velocidade de dados e de imagem partilhados. Para Caetano João, os custos da transmissão de dados, por exemplo, vão se reflectir, também, naquilo que são os bens necessários para a população transmitir informações, tanto de voz como de dados.

O sistema financeiro, assegurou, vai ser catapultado pelos serviços do Angosat-2, porque "já temos transferência de dados via telefonia, como o Mobyle Money. Portanto, só temos a ganhar”, enfatizou.

Quadros de excelência

Na sessão inaugural do Centro de Controlo e Missão de Satélites, conduzida pelo Presidente da República, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, disse que o país conta com mais de 60 profissionais com formação superior em Engenharia e Tecnologia Espacial.

Estes especialistas foram formados ao mais alto nível no estado da arte das ciências espaciais, tendo certificações da Agência Espacial Europeia, NASA e da Agência Espacial Russa, pontualizou.

"O grau de excelência desses quadros mereceu a atenção de instituições internacionais de idoneidade reconhecida. Uma das especialistas foi classificada entre as 100 engenheiras mais influentes de África”, disse o ministro.

Da lista, referiu, figuram dois engenheiros angolanos classificados entre os 10 melhores jovens com menos de 30 anos da indústria espacial africana.

No conjunto de acções que constituem o Programa Espacial Nacional, Mário Oliveira mencionou o Programa de Observação da Terra, que engloba, actualmente, os serviços e plataformas abaixo indicadas, já em produção e que vão dar um grande contributo à economia nacional, nomeadamente TECH - Gest: monitoramento de infra-estruturas terrestres, tais como estradas, edifícios, caminhos-de-ferro, entre outros.

Destacam-se, ainda, TECH-Ecologia: para monitoramento ecológico da costa angolana e monitoramento de derrames de petróleo, e TECH-Agro, para monitoramento de campos agrícolas, contribuindo para agricultura de precisão e gestão dos solos aráveis.

 
Escolha da Funda para acolher o Centro

Sobre a escolha da Funda para acolher o Centro de Controlo, técnicos da unidade esclareceram que o local é privilegiado por não ter muitas interferências electromagnéticas. "Ou seja, é uma zona quase sem interferências provenientes de outros pontos, que podiam sofrer vários tipos de transmissão e, depois, interferir nos serviços do satélite”.

O Centro de Controlo e Missão de Satélites da Funda foi construído com base nos padrões internacionais e está totalmente preparado para fazer a gestão e operacionalização do Angosat-2 e outros satélites que poderão vir depois.

 Centro de Controlo tem capacidade de operar três satélites em simultâneo

O Centro de Controlo e Missão de Satélites da Funda (CCM), inaugurado, sexta-feira última, pelo Presidente da República, João Lourenço, tem a capacidade para operar três satélites em simultâneo, e é uma das infra-estruturas mais bem equipadas da Região Austral.

Construída de raiz numa área de 6.617 m², trata-se de um edifício inteligente de três pisos e 47 compartimentos, composto de salas técnicas, de reuniões e gabinetes de trabalho. A partir do edifício, é possível, no quadro do Projecto Angosat, acompanhar, controlar e monitorar até três satélites.

De acordo com as informações avançadas por ocasião da inauguração do Centro, o  ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social disse que os sistemas de gestão e monitoramento são automatizados, o que constitui uma mais-valia para a operacionalização e o bom desempenho do edifício e equipamentos instalados.

O Centro de Controlo, erguido em 2016, contempla, igualmente, uma estação de tratamento de água, de energia eléctrica autónoma, como alternativa a falhas da rede pública. A estrutura conta com um campo de antenas apropriado às operações técnicas.

A unidade de monitoramento realiza, ainda, tarefas de planificação, para orientar o funcionamento dos subsistemas e manobras de balística, visando a manutenção do satélite na sua posição orbital, tarefas executadas e geridas a 100% por quadros angolanos.

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, reconheceu que um dos maiores desafios do sector, passa pela melhoria das taxas dos serviços de telecomunicações para que cheguem a todos os cidadãos com qualidade e preços acessíveis.

Ao discursar na cerimónia inaugural do Centro de Controlo e Missão de Satélites da Funda (MCC), Mário Oliveira disse que o desafio se estende pela penetração dos serviços, por formas a que cheguem a todos, "independentemente da sua localização geográfica”.

Sobre o Centro de Controlo e Monitorização de Satélites, o ministro realçou que a estrutura de alta qualidade constitui um pilar principal para o desenvolvimento do segmento Espacial e Terrestre.           

 
Ampliação da cobertura

No capítulo das comunicações móveis, o sector pretende aumentar a cobertura da rede 3G, passando dos actuais 73 por cento para mais de 90 por cento. A operacionalização inclui, também, o aumento da cobertura da rede 4G, fixa-da em 22 por cento, para 40 por cento.

O sector prevê, igualmente, o alargamento de assinaturas de internet por 100 habitantes, com aumento de 28 para 77 por cento, e a ampliação da rede 5G para as principais cidades. "Esta ambição só será possível concretizar com recurso a uma infra-estrutura de comunicações robusta, que cubra todo o território nacional, combinando sistemas de transmissão, via fibra óptica terrestre e marítima, sistema micro-ondas, via rádio e via satélite, de onde se destacam a transmissão via Angosat-2 e o projecto da Rede Nacional de Banda Larga em fibra óptica”, esclareceu o ministro Mário Oliveira.

Fonte: Jornal de Angola


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